'A influência do que comemos na nossa vida'

6 Julho, 2020

Quando comecei a minha mudança de estilo de vida não o fiz sem primeiro pesquisar sobre o assunto. Sempre me achei uma ambientalista, e nessas pesquisas encontrei um artigo que dizia que a agropecuária era das maiores causas do aquecimento global. Sinceramente fiquei muito pouco convencida nesse momento ‘como assim? Nunca vi isto nas notícias’. Como boa desconfiada que sou, mergulhei numa pesquisa intensa sobre esta nova informação. Depois de ler imenso sobre como a agropecuária era prejudicial para o planeta e muitos documentários depois, fiquei decidida a mudar de estilo de vida naquele dia! E foi o que fiz, a partir desse dia deixei de comer carne, e aos poucos deixei o peixe e mais tarde larguei todos os produtos de origem animal. Aconteceu tudo de uma forma muito natural e deixei de sentir vontade de comer o que considerava ‘normal’. Ganhei mais energia, vontade de viver e tinha ainda mais vontade de criar receitas (para quem já me segue a algum tempo sabe que quando criei o visions ainda comia carne e produtos de origem animal). Comecei uma nova vida e tinha muito mais confiança! E depois passado um ano, algo incrível aconteceu…mas antes de vos contar o que aconteceu, tenho de vos contar a minha história.

Tudo começou quando tinha apenas 6 anos, aleijei-me na mão direita numa aula de ginástica. Fui ao médico que receitou um anti-flamatório gelo e repouso. Porém fui piorando, tanto que perdi totalmente a mobilidade num dos dedos da mão direita. Os meus pais levaram-me a vários médicos, mas as respostas eram sempre as mesmas e eu, sempre a piorar. Sem respostas e cada vez mais doente, acabamos por ir para um hospital privado depois de cirurgias falhadas e de mau atendimento. Foi num hospital privado que recuperei a esperança de uma possível cura, mas rapidamente a perdi. Tudo isto se passou entre os meus 6 e 17 anos, os hospitais eram quase a minha segunda casa. Sete cirurgias, três temores, uma quantidade absurda de medicamentos, fisioterapias sem fim e um dedo amputado. Acontece que fiquei fragilizada com tudo isto, especialmente no que toca a dores crónicas. Para quem não tem muito conhecimento sobre isto, as dores crónicas fazem parte, quando amputamos um membro do nosso corpo, e especialmente se já tivermos passado por diversas cirurgias sofremos de dores crónicas. E é aqui que começa o pior da história, pois as dores crónicas não têm cura, a minha doença não tem cura, e pensei que seria dependente de compridos extremamente pesados para sempre.

E foi assim, durante 6 anos da minha vida recorria a comprimidos, para me ajudar com as dores crónicas e com excesso de esforço que muitas vezes fazia. Contudo tudo mudou, foi passado um ano de veganismo que percebi que as minhas dores tinham diminuído, que os temores não voltaram e que me sentia realmente melhor. Deixei de tomar os comprimidos, tudo por ter mudado a minha alimentação. Sinceramente fiquei revoltada com a situação, não conseguia perceber porque é que nenhum médico me tinha sugerido mudar a minha alimentação. Li alguns estudos sobre o assunto, mas ainda nada que existe é muito concreto, isto é apenas a minha história, o meu testemunho. Mas de uma coisa tenho a certeza, o que comemos influência a nossa saúde, o nosso ambiente e por consequência a nossa vida.

Não sou médica, não tenho nenhum conhecimento sobre esta área, apenas queria partilhar um pouco mais convosco, um pouco da minha jornada e como realmente o veganismo me ajudou no meu dia a dia. Isto não quer dizer que resulte para vocês, mas espero que pelo menos vos ajude a refletir, a pensar no que põe no vosso corpo e como tudo o que consumimos nos afeta de alguma forma. Achei que transmitir esta informação pode ajudar outras pessoas, pessoas que tenham dores crónicas, traumas cirúrgicos ou outro tipo de problema de saúde. Espero que a partilha da minha história vos inspire a mudar, ou pelo menos a tentar <3

Até ao próximo post,

Ana